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O que é o Lipedema

  • Foto do escritor: Sabrine Ferasso
    Sabrine Ferasso
  • 27 de jul.
  • 7 min de leitura

Atualizado: 29 de jul.

O lipedema é uma doença crônica, progressiva e de origem multifatorial, caracterizada pelo acúmulo anormal e simétrico de gordura subcutânea, especialmente nos membros inferiores (coxas, pernas) e, menos frequentemente, nos membros superiores, poupando mãos e pés. Essa gordura é resistente à dieta e ao exercício físico, além de estar associada à dor, facilidade para hematomas e edema que piora ao longo do dia.


A condição afeta quase exclusivamente mulheres e, por muito tempo, foi subestimada ou confundida com obesidade ou linfedema


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Como o Lipedema se apresenta?


No lipedema, o tecido adiposo não se distribui de forma regular. A gordura se organiza em acúmulos irregulares, com aspecto de pequenos corpos gordurosos delimitados por septos fibrosos — como se estivessem “encapsulados” por uma fina camada. Essa configuração dá à pele um relevo característico e está associada à dor, sensibilidade e dificuldade de mobilização da gordura.


As principais manifestações clínicas:


  • Acúmulo desproporcional de gordura em pernas e/ou braços, com preservação dos pés e mãos (característica-chave para diferenciar do linfedema).

  • Sensibilidade dolorosa ao toque, queimação ou sensação de peso.

  • Edema ortostático (inchaço que piora ao longo do dia).

  • Frequentes hematomas espontâneos, mesmo com traumas leves.

  • Dificuldade de mobilidade em estágios avançados.

  • Impacto psicológico significativo, incluindo baixa autoestima, depressão e isolamento social.


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Fisiopatologia do Lipedema e causas mais comuns


A origem do lipedema é multifatorial, com base em fatores genéticos, hormonais e vasculares:


Genética e padrões hereditários

O lipedema tende a ocorrer em famílias: cerca de 64% das pacientes relatam histórico familiar positivo. A herança geralmente segue padrão autossômico dominante. Apesar disso, ainda não foi identificado um gene causal específico.


Hormonais

Quase sempre inicia ou piora em fases de alterações hormonais: início da puberdade, gravidez ou menopausa. Mudanças na sinalização dos receptores de estrogênio levam à ativação excessiva de PPAR γ, aumento de capilarização, redução de lipólise e disfunção mitocondria. O PPAR γ - Peroxisome Proliferator-Activated Receptor Gamma - é um regulador-chave da formação e funcionamento do tecido adiposo. A ativação de PPAR γ promove o acúmulo de gordura e a formação de novos adipócitos, que são as células responsáveis por armazenar gordura no corpo.


Alterações adipocitárias

As células de gordura - adipócitos - aumentam de tamanho e, em alguns casos, também se multiplicam. O espaço entre essas células fica mais endurecido por causa do acúmulo de fibras, e há uma inflamação leve, mas constante. Além disso, certas proteínas ligadas à inflamação, como a MIF-1, aparecem em maior quantidade, e o número de células de defesa, como os macrófagos (células do sistema imunológico responsáveis pela limpeza, defesa e regulação do corpo), também aumenta.


Alterações microvasculares e linfáticas

Alterações nos pequenos vasos sanguíneos e nos vasos linfáticos causam problemas na circulação dos líquidos do corpo. Com isso, o fluido que deveria ser drenado se acumula nos tecidos, formando um inchaço doloroso (edema) e dificultando a drenagem natural do organismo.


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Perfil genético, físico, biométrico, étnico e geográfico


Perfil genético

O lipedema costuma acontecer em várias pessoas da mesma família, passando de geração em geração. Isso indica uma herança genética, onde a chance de desenvolver a condição é maior quando um dos pais já tem o problema.


Características físicas e biométricas

  • Mulheres entre 20 e 50 anos, embora possa surgir antes ou após esta faixa.

  • IMC pode estar dentro da faixa considerada “normal” — lipedema pode ocorrer em mulheres magras com proporções corporais alteradas.

  • Distribuição de gordura subcutânea periférica, mesmo com peso adequado, e sinais de fibrose e edema.


Aspectos étnicos e geográficos

Embora mais relatado em mulheres de ascendência europeia, o lipedema está presente nas diversas etnias. No Brasil, não há estudos que demonstrem variações étnicas significativas. Há maior prevalência de reconhecimento em áreas urbanas com menor acesso à saúde especializada.


Comportamento e estilo de vida

Estilo de vida sedentário e alimentação inflamatória (ultraprocessados, açúcar, glúten) agravam sintomas. É comum também o uso de modismos alimentares sem controle médico adequado.




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Um dos procedimentos inclusos no nosso protocolo para tratamento de Lipedema é uma modalidade adaptada da Massagem Mista® que estimula a ruptura das finas camadas que isolam as células gordurosas, com toda a preocupação em minimizar a dor e a inflamação.

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Impacto emocional e qualidade de vida


O impacto emocional do lipedema é profundo e afeta diretamente a qualidade de vida das pacientes. Estudos mostram que cerca de 59,2% das mulheres com lipedema apresentam sintomas compatíveis com depressão moderada ou severa. A autoestima fragilizada e o sofrimento com a própria aparência estão diretamente ligados a uma pior percepção da qualidade de vida. Além disso, a dor crônica característica do lipedema compromete a mobilidade e está fortemente associada ao risco de depressão e ansiedade. Mesmo comparadas a mulheres obesas com índice de massa corporal (IMC) mais alto, pacientes com lipedema demonstram maior limitação funcional, o que reforça o peso físico e emocional da condição.


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Outro ponto importante é a dificuldade de regulação emocional identificada em estudos recentes. Muitas pacientes relatam impulsividade, dificuldade em entender o que estão sentindo e uma limitação nas estratégias para lidar com o sofrimento. Esse cenário se agrava com o isolamento social, especialmente quando não há um diagnóstico claro ou acolhimento adequado. Em comunidades online, mulheres compartilham relatos de dor emocional intensa, angústia existencial e sentimento de prisão dentro do próprio corpo. Também se destacam reflexões sobre o medo em torno da doença, frequentemente ligado à gordofobia, à perda de mobilidade e ao impacto na saúde mental.


 


Tratamentos recomendados


Abordagens conservadoras e terapias complementares

Essas estratégias formam a base do tratamento do lipedema e devem ser iniciadas o quanto antes, com acompanhamento de profissionais qualificados.


Terapia de compressão

O uso de meias ou mangas de compressão graduada ajuda a estimular o retorno da linfa, reduz o inchaço ao longo do dia e melhora o conforto físico.


Alimentação anti-inflamatória

Uma dieta rica em alimentos naturais, como peixes com ômega-3, vegetais, legumes e proteínas magras, associada à redução de açúcares simples e ultraprocessados, pode contribuir para o controle da inflamação e do edema. Estudos iniciais com dietas cetogênicas (LCHF) apontam benefícios para algumas pacientes, mas procure ser sempre orientada por nutricionista profissional.



Intervenções estéticas não cirúrgicas com bons resultados

Procedimentos estéticos com base científica podem atuar como aliados importantes no tratamento do lipedema, desde que realizados por profissionais capacitados e com protocolos adequados para o quadro clínico da paciente.


Drenagem linfática (DLM)

Melhora a circulação linfática, reduz o inchaço e alivia dores. A prática deve ser contínua e realizada por especialistas com experiência em lipedema.


Ultrassom terapêutico e cavitação

Essas técnicas não invasivas ajudam na quebra de gordura localizada, melhoram a textura da pele e favorecem a drenagem dos líquidos acumulados.


Criolipólise controlada

Usa o frio para reduzir áreas de gordura resistente. Quando bem indicada e monitorada, pode diminuir o volume sem agravar o edema ou causar dor.


Tonificador muscular (EMS) - T-Sculptor

Dispositivos de eletroestimulação como o T-Sculptor aumentam o tônus muscular, melhoram a circulação e contribuem de forma indireta para a drenagem linfática e sustentação dos tecidos.


Mesoterapia enzimática e bioestimuladores

Aplicações locais com substâncias como cafeína, hialuronidase, fosfatidilcolina e bioestimuladores de colágeno ajudam na melhora da fibrose, da textura da pele e da mobilidade. Devem seguir protocolos clínicos rigorosos.




Tipos de Lipedema


A doença pode afetar apenas os braços, as pernas, o quadril ou uma combinação dessas áreas, mas sempre de forma simétrica. A classificação para entender cada tipo de Lipedema é a seguinte:


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Tipo I

Acúmulo de gordura nas nádegas e quadris;


Tipo II

Acúmulo de gordura que se estende dos quadris até os joelhos, com dobras de gordura ao redor da parte interna do joelho;


Tipo III

Acúmulo de gordura que se estende dos quadris até os tornozelos;


Tipo IV

Acúmulo de gordura nos braços (comummente associada ao tipo 2, 3 ou 5);


Tipo V

Acúmulo de gordura apenas nas pernas, abaixo dos joelhos.



Quanto à evolução do Lipedema


  • Estágio 1: A superfície da pele permanece lisa, mas a camada subcutânea (abaixo da pele) mostra um aumento nos depósitos de gordura;


  • Estágio 2: A pele começa a ficar irregular devido ao aumento do tamanho dos acúmulos de gordura;


  • Estágio 3: Grandes extrusões de pele e lóbulos de gordura se formam, levando a deformidades superficiais significativas.



Como reconhecer e diferenciar o Lipedema


Apesar de ainda pouco conhecido, o lipedema é uma condição que afeta muitas mulheres — e, na maioria dos casos, passa anos sem ser diagnosticado corretamente. Isso acontece porque seus sinais são facilmente confundidos com outras condições, como obesidade, linfedema ou até varizes. Mas há características muito específicas que ajudam a identificar o lipedema com precisão.


O diagnóstico é clínico, ou seja, depende da análise feita pelo profissional de saúde com base na história da paciente e em um exame físico detalhado. Exames de imagem podem ser usados como apoio, mas seu papel é secundário.


Um dos sinais mais marcantes do lipedema é o acúmulo desproporcional de gordura nos quadris, pernas e braços, geralmente poupando tornozelos e pés. Esse padrão chama atenção porque foge da distribuição típica da gordura corporal relacionada ao excesso de peso. Além disso, é comum que as áreas afetadas apresentem:

  • Dor à palpação, mesmo com toques leves;

  • Sensibilidade aumentada;

  • Formação fácil de hematomas, mesmo sem trauma visível.


A dor, inclusive, é considerada um sintoma-chave. Ela não é comum em outras condições como a obesidade, e por isso ajuda a diferenciar o lipedema de outros diagnósticos possíveis.


Vale lembrar que o lipedema pode coexistir com outros problemas circulatórios ou linfáticos, como o linfedema ou o flebolinfedema, o que torna o diagnóstico ainda mais desafiador. Por isso, é fundamental buscar profissionais que conheçam a fundo o comportamento do tecido adiposo e suas alterações.


Logo abaixo, você pode conferir uma tabela comparativa que mostra as principais diferenças entre lipedema, obesidade, linfedema e varizes — para entender melhor como cada condição se manifesta e por que o diagnóstico correto faz toda a diferença.


Principais diferenças entre obesidade, varizes, linfedema e lipedema

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Como posso tratar Lipedema na Saffera?


Antes de tudo, é preciso que você procure a Saffera para uma avaliação. Nossas avaliações são uma consulta completíssima de cerca de 50 minutos quando nossas profissionais biomédicas irão analisar seu quadro clínico, hábitos, alimentão, verificar suas medidas e avaliar com muito cuidado sua pele.


As avaliações são gratuitas e, a partir delas, será apresentardo um prógnóstico e uma sugestão de programa para cuidar da qualidade da sua pele e da recuperação dos tecidos, minimizando as irregularidades no relevo e a redução da dor.




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